quinta-feira, 25 de setembro de 2014

HAROLDO LINO CORREA

Chefe de Trem, da Sorocabana, lotado em São Vicente , punido por participar da UNIÃO, preso em 1964, demitido dos quadros funcionais da ferrovia no mesmo ano, monitorado pela polícia politica, e sofrendo perseguições por parte da diretoria da Estrada. Libertado em início de maio de 64, depois de permanecer encarcerado por aproximadamente trinta dias, logo no mês de julho foi transferido para Presidente Prudente, para em setembro ser demitido, com fundamentação legal no Ato Institucional de Abril, deste ano. Foi contratado para trabalhar na Cooperativa de Consumo dos Ferroviários em São Vicente, e constantemente informes do DOPS eram realizados para avisar aos superiores que Haroldo e outros subversivos, estariam trabalhando naquele local. Acusado em 1966, de juntamente com os companheiros ferroviário Gilvan Freire Barros e Walter Fernandes, estar organizando sabotagem no gasoduto de Santos, acabou indiciado em inquérito policial, sendo posteriormente absolvido. As anotações constantes em sua ficha, são relacionadas a participação em assembleias e greves de ferroviários, ocasiões em que ao lado de Gilvan e Walter era o responsável pela organização dos piquetes, com a finalidade de se evitar as atividades dos “fura-greve”. Uma anotação em seu prontuário, datada de  1º de Abril de 1968, chama a atenção por trazer um elemento novo. Registrado que juntamente com os inseparáveis Walter e Gilvan, estiveram juntos com Massilon Bueno  e Chico Ferroviário, apoiando a chapa Unidade, encabeçada por José Scott, que concorreu e venceu as eleições para renovação da diretoria da Cooperativa. O detalhe é que o agente policial em seu relatório afirma que Chico Ferroviário era o pseudônimo de Guarino Fernandes dos Santos,
Mudou-se, posteriormente com a esposa Walcira e as filhas, Cristina, Marlene e Lia para a cidade de Iguape, Estado de São Paulo, onde exerceu diversas atividades em busca da sobrevivência, e em uma delas, mostrava sua veia artística, pintando verdadeiras obras de arte, nas paredes de estabelecimentos comerciais da cidade. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo suspendeu seu pagamento sob a acusação de estar irregular e adentrou com ação judicial com a finalidade de cobrar os valores, pretensamente pagos de forma irregular. O resultado desta ação foi trágico, pois nervoso com  a situação, Haroldo enfartou e faleceu.

Construiu uma história de lutas e principalmente de paixão pelas causas populares.

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