Chefe de Trem, da Sorocabana,
lotado em São Vicente , punido por participar da UNIÃO, preso em 1964, demitido
dos quadros funcionais da ferrovia no mesmo ano, monitorado pela polícia
politica, e sofrendo perseguições por parte da diretoria da Estrada. Libertado
em início de maio de 64, depois de permanecer encarcerado por aproximadamente
trinta dias, logo no mês de julho foi transferido para Presidente Prudente,
para em setembro ser demitido, com fundamentação legal no Ato Institucional de
Abril, deste ano. Foi contratado para trabalhar na Cooperativa de Consumo dos
Ferroviários em São Vicente, e constantemente informes do DOPS eram realizados
para avisar aos superiores que Haroldo e outros subversivos, estariam
trabalhando naquele local. Acusado em 1966, de juntamente com os companheiros
ferroviário Gilvan Freire Barros e Walter Fernandes, estar organizando
sabotagem no gasoduto de Santos, acabou indiciado em inquérito policial, sendo
posteriormente absolvido. As anotações constantes em sua ficha, são
relacionadas a participação em assembleias e greves de ferroviários, ocasiões
em que ao lado de Gilvan e Walter era o responsável pela organização dos
piquetes, com a finalidade de se evitar as atividades dos “fura-greve”. Uma
anotação em seu prontuário, datada de 1º
de Abril de 1968, chama a atenção por trazer um elemento novo. Registrado que
juntamente com os inseparáveis Walter e Gilvan, estiveram juntos com Massilon
Bueno e Chico Ferroviário, apoiando a
chapa Unidade, encabeçada por José Scott, que concorreu e venceu as eleições
para renovação da diretoria da Cooperativa. O detalhe é que o agente policial
em seu relatório afirma que Chico Ferroviário era o pseudônimo de Guarino
Fernandes dos Santos,
Mudou-se, posteriormente com
a esposa Walcira e as filhas, Cristina, Marlene e Lia para a cidade de Iguape,
Estado de São Paulo, onde exerceu diversas atividades em busca da
sobrevivência, e em uma delas, mostrava sua veia artística, pintando
verdadeiras obras de arte, nas paredes de estabelecimentos comerciais da
cidade. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo suspendeu seu pagamento
sob a acusação de estar irregular e adentrou com ação judicial com a finalidade
de cobrar os valores, pretensamente pagos de forma irregular. O resultado desta
ação foi trágico, pois nervoso com a
situação, Haroldo enfartou e faleceu.
Construiu uma história de
lutas e principalmente de paixão pelas causas populares.
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