quinta-feira, 25 de setembro de 2014

LAURO DOS SANTOS MALVÃO

Natural de Parati, Rio de Janeiro, onde nasceu aos 26 de abril de 1916, filho de Nice Maria de Souza. Em 1940, adentrou aos quadros da Sorocabana, onde permaneceu até 19 de setembro de 1964, quando foi demitido com base no Ato Institucional de 9 de abril do mesmo ano. Trabalhava na chamada linha permanente, na conservação da linha férrea, exercendo as funções de truqueiro. Atuava na UNIÃO, sempre na defesa dos interesses da classe ferroviária, participando de assembleias e greves da ferrovia, sempre em companhia de lideranças da baixada santista, como Massilon Bueno e Celestino dos Santos. Sua constante participação, principalmente nos piquetes grevistas, ocasionaram perseguições, prisões até culminarem com a demissão. Posteriormente, em 1966, foi indiciado em Inquérito Policial, como suspeito de estar organizando sabotagem no gasoduto de Santos, sendo posteriormente absolvido.
Em 1970, voltou a ser indiciado em Inquérito Policial, acusado de ser um dos responsáveis pela distribuição do jornal A VOZ OPERÁRIA, órgão de divulgação do Partido Comunista Brasileiro, em decorrência de informações prestadas por Oscar Rodrigues Paz para a policia. Indiciado com diversos outros companheiros ferroviários, dentre eles, Celestino dos Santos e Francisco Gomes, acabando por  igualmente ser absolvido.
Residia em Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira, e mesmo afastado da ferrovia, aposentado em 1983, em decorrência da Lei de Anistia de 1979, continuava a lutar por seus direitos e de seus companheiros, sofrendo ainda no final da vida, represálias por parte de funcionários da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, que insistiam em suspender sua aposentadoria, por entenderem ser a mesma ilegal, em uma espécie de perenização da perseguição. Conseguiu a indenização por ser ex-preso politico no estado de São Paulo e o reestabelecimento de sua aposentadoria, por intermédio do autor deste texto.
Lauro, dentro de sua simplicidade, e principalmente pelo seu companheirismo, deve ser sempre lembrado como defensor intransigente da classe trabalhadora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário